Acordar pela Última Vez… Para Nunca Mais, Para Carlos e Maputo são os filmes vencedores do 10º Anápolis Festival de Cinema, nas categorias Curta Anápolis, Curta Goiás e Curta Nacional, respectivamente. Encerrado no sábado, 10, em cerimônia de premiação realizada no Cine Sibasolly – nova sala pública de cinema da cidade, o evento realizado durante quatro dias contou com uma programação com foco não só nas mostras competitivas, mas também em atividades educativa e de formação, reafirmando seu papel de destaque na valorização do cinema independente e na promoção da produção cinematográfica nacional e local. Além de conquistar o título de Melhor Filme, os três curtas levaram mais três prêmios, cada.
O grande destaque da noite de encerramento foi o cineasta Rei Souza, com seu curta-metragem Acordar pela Última Vez… Para Nunca Mais, que conquistou quatro prêmios: Melhor Filme, Melhor Roteiro, Melhor Direção e Melhor Montagem na Mostra Curta Anápolis. Em seu discurso de agradecimento, Rei Souza falou emocionado sobre a importância do festival para sua carreira. “Fui formado por esse festival, que é tão importante para minha carreira. Agora estamos mudando a direção dos nossos trabalhos e desejos, e por isso mesmo este é um momento muito importante e vai ficar marcado”.
Rei Souza destacou ainda os desafios enfrentados na produção do filme, que foi realizado sem financiamento, como uma experiência radical de liberdade criativa e experimentação: “Acordar uma última vez… foi um projeto feito sem financiamento nenhum, principalmente porque queríamos nos valer da liberdade e da experimentação ao extremo. O filme foi realizado em apenas duas diárias, o que revela o nível da pressão. Ainda que tenha levado três meses de preparação”.
Ele contou que a equipe comprou a briga, os atores entenderam que se tratava de um experimento. “Isso foi fundamental para a saúde do projeto. Ver o resultado na telona mostra como tomamos muitas ideias acertadas e revela também muito do que podemos e vamos melhorar nos próximos projetos. Queremos continuar inventando formas de fazer cinema que escapem do usual.” O diretor também aproveitou para agradecer àqueles que estiveram ao seu lado e ao festival que ajudou a moldar sua trajetória profissional.
Outros premiados
Além de Rei Souza, outros cineastas brilharam no 10º Anápolis Festival de Cinema. Na Mostra Curta Goiás, o filme “Para Carlos”, dirigido por Carlos Cipriano, levou os prêmios de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Fotografia e Melhor Montagem. Já na Mostra Curta Nacional, o grande vencedor foi “Maputo”, do diretor Lucas Abrahão, que conquistou os prêmios de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Montagem e Melhor Atuação.
A Comissão de Seleção e Premiação do festival, formada por Andros Anderson, Cláudia Nunes e Roberta Simão, destacou a qualidade e a diversidade das obras exibidas, enaltecendo o talento dos cineastas que, mesmo com recursos limitados, conseguiram realizar produções de alto nível técnico e narrativo.
Prêmio Incentivar
Um dos destaques desta edição foi a entrega do Prêmio Incentivar, que reconhece projetos cinematográficos com grande potencial criativo. O vencedor deste ano foi o cineasta Edson Nunes, com seu projeto “Horror no Espaço”, que recebeu um aporte de R$ 33 mil para sua finalização. O filme será exibido na próxima edição do festival, em 2025, e promete surpreender o público ao misturar atores reais com personagens gerados por Inteligência Artificial, explorando temas como identidade e realidade.
Uma década de cinema e inovação
Ao final da cerimônia, o organizador do festival destacou o sucesso da décima edição do Anápolis Festival de Cinema, reforçando a importância do evento para o desenvolvimento do audiovisual na região. Ele também celebrou o crescimento do festival ao longo dos anos, que se consolidou como uma plataforma essencial para novos talentos e para o fortalecimento da cultura cinematográfica no Centro-Oeste.
O encerramento do 10º Anápolis Festival de Cinema não marcou apenas o fim de mais uma edição, mas também uma celebração ao futuro do cinema local, que segue evoluindo e inovando, com o compromisso de continuar dando voz aos novos realizadores.
Confira as premiações do 10º Anápolis Festival de Cinema:
Mostra Curta Nacional
Melhor Filme: Maputo
Melhor Roteiro: Helen Quintans por A Lenda dos Cavaleiros da Água
Melhor Direção: Lucas Abrahão por Maputo
Melhor Fotografia: Gabriel Justus (Bejota) e Helen Quintans por A Lenda dos Cavaleiros da Água
Melhor Montagem: Rafael Melo por Maputo
Melhor Atuação: João Guilherme Fonseca e Leonardo Lovantino por Maputo
Mostra Curta Goiás
Melhor Filme: Para Carlos
Melhor Roteiro: Luis Calil e Rodrigo Pinder por Oração a Vácuo
Melhor Direção: Carlos Cipriano por Para Carlos
Melhor Fotografia: Carlos Cipriano por Para Carlos
Melhor Montagem: Carlos Cipriano por Para Carlos
Melhor Atuação: Samara Biankka por O Fim do Meu Mundo
Mostra Curta Anápolis
Melhor Filme: Acordar pela Última Vez… Para Nunca Mais
Melhor Roteiro: Rei Souza por Acordar pela Última Vez… Para Nunca Mais
Melhor Direção: Rei Souza por Acordar pela Última Vez… Para Nunca Mais
Melhor Fotografia: Matheus Amorim por Entredentes
Melhor Montagem: Rei Souza por Acordar pela Última Vez… Para Nunca Mais
Melhor Atuação: Carlos Nogueira por Nata
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Doc / 18min, 2024
DCP / 5.1
Anápolis e Goiânia (GO), Brasil
SINOPSE
O processo de alistamento militar obrigatório traz consigo uma determinação da qual não se pode fugir, forçando muitos jovens a servirem contra a própria vontade. Mas determinadas convocações são perpassadas por um complexo jogo de forças, que envolve desejos e preconceitos, em relação aos alistados com comportamento fora dos padrões normativos do ponto de vista social, racial e sexual.
CRÉDITOS
Com: Carlos Nogueira, Daiv Santos e Emanuel Costa
Direção, Roteiro e Montagem: Erik Ely
Produção Executiva: Erik Ely e Tothi Santos
Direção de Produção: Tothi Santos
Assistência de produção: Levi Mortosa
Som Direto: Iara Daniel
Direção de Arte e Figurino: Ludmylla Bomfim
Direção de Fotografia: Bruna Chamelet
Maquinária: Hudson Cândido
Edição e Mixagem de Som: Guile Martins
Colorização: Larry Machado
Realização: Dafuq Filmes, DuLuna Produções e Filmes de Preto
Distribuição: Filmes Que Não Se Veem
Apoio Institucional: IX Anápolis Festival de Cinema
Apoio: Universidade Estadual de Goiás e Curso de Cinema e Audiovisual – UEG
PRÊMIOS
Projeto de documentário vencedor do Prêmio Incentivar do IX Anápolis Festival de Cinema, Anápolis – GO, 2023;
Prêmio de “Menção Honrosa” no X FAVERA – Festival de Cinema, Mostra Goiana, Goiânia – GO, 2024
FESTIVAIS
27ª Mostra de Cinema de Tiradentes – Mostra Foco, Tiradentes – MG, 2024;
12ª Mostra Tiradentes | SP – Mostra Foco, São Paulo – SP, 2024;
2° Festival Universitário de Cinema (FUCINE), São Paulo – SP, 2024;
Curta Qui – Mostra de Curta-Metragem de Quirinópolis, Quirinópolis – GO, 2024;
I Goiânia Kino Mostra, Goiânia – GO, 2024;
X FAVERA – Festival de Cinema, Mostra Goiana, Goiânia – GO, 2024
Projeto Alfabetização Visual
O homem banana
O provocador de sorrisos
Em busca de um sonho
O valor da amizade
A saga de Emily
Anima Mostra Infantil
Tardes no Escarafuncha
Flores de Macaimbora
Contos Mirabolantes – O Olho do Mapinguari
Palavras Mágicas
Memórias da Infância
Anaclato, o Balão
Erico Rassi é diretor, roteirista e montador. Seus curtas “Sexo com Objetos Inanimados”, “Um pra Um” e “Milímetros” ganharam mais de 40 prêmios em festivais nacionais e foram selecionados para mostras competitivas na Suíça, Inglaterra, Espanha e Cuba. Em 2017 lançou seu primeiro longa-metragem “Comeback”, premiado no Festival do Rio 2016 com o prêmio de Melhor Ator para Nelson Xavier, e no Festin Lisboa 2017 com os prêmios de Melhor Filme pela Crítica e Melhor Direção pelo Júri. Dirigiu as séries “Giramundo”, exibida pela rede EBC Brasil, e “Doçaria Brasileira”, para o canal CineBrasilTV. Em 2024 seu segundo longa “Oeste Outra Vez” estreou na mostra competitiva do Cinequest Film Festival (San Jose/US) e foi selecionado para a Mostra Competitiva do Festival de Gramado, e será lançado nos cinemas em 2025. Nascido no interior de Goiás, seus filmes abordam o universo masculino e trazem como personagens homens rudes, subdesenvolvidos, incapazes de lidar com suas próprias falhas e fragilidades.
Com 20 anos de carreira, tem sua trajetória marcada por projetos independentes através de sua produtora, com destaque para os filmes “Comeback” e “Oeste Outra Vez” (ambos de Erico Rassi), filmados no interior goiano e ambientados em cenários pouco vistos na cinematografia brasileira.
Ainda foi produtora executiva dos longas “Biônicos” (Netflix), “O Porão da Rua do Grito” (dir. Sabrina Greve) e “Resplendor” (dir. Claudia Nunes/Erico Rassi); da novela “Beleza Fatal” (HBO); e das séries de TV “Doçaria Brasileira” (CineBrasil TV) e “Giramundo” (TVs Comunitárias).
Como produtora delegada, trabalhou em “Só Se For Por Amor” (Netflix/Série). Na função de diretora de produção, liderou projetos como “A Vida Secreta dos Casais 2” (HBO/Série), “Nosso Corpo, Nosso Sangue” (Fox/Doc) e “A Ferida” (dir. Lucas Camargo/Nicolas Zetune). Ainda como platô, gerenciou “A Cidade Aqui Dentro” (dir. Mathias Mariani) e “Samantha” (Netflix/Série). Seus projetos acumulam diversos prêmios, incluindo o Prêmio Emmy Kids Factual 2020 para “Nosso Corpo, Nosso Sangue” e Melhor Filme e Direção no Festin Lisboa para “Comeback”.
Lidiana Reis é coordenadora do Mercado SAPI e idealizadora do Prêmio CORA, que promove o desenvolvimento de projetos realizados por mulheres do Centro-Oeste brasileiro. Como produtora, Lidiana realizou cinco longas-metragens: o documentário “Paulistas” (2017) e as ficções “Alaska” (2019), “Hotel Mundial” (2019), “Oeste Outra Vez” (2024) e “Vento Seco” (2020), este último estreou no prestigiado 70º Festival de Berlim.
Lidiana é mentora de projetos audiovisuais em desenvolvimento e idealizadora de iniciativas que combinam formação em audiovisual e educação ambiental para crianças e adolescentes, como o Cine Arandu, realizado anualmente em Pirenópolis-GO.
Além disso, é sócia da Sol a Pino Filmes, onde desenvolve narrativas centradas na mulher. Entre seus trabalhos destaca-se o seu primeiro longa documental “Piedade para esta terra que me sonega o amor” e “Solina”, filme escrito e dirigido por Larissa Fernandes.
Alba Caldas é anapolina, publicitária e pós-graduada em assessoria de comunicação e marketing. Atualmente, é responsável pela produtora audiovisual Bicho de 7 Cabeças.
Produziu de forma independente dois filmes curta-metragem:
“Becky”: Seu primeiro filme de ficção recebeu o prêmio de melhor fotografia no Festival de Cinema de Anápolis 2022 e foi selecionado no 1º Festimina – Mostra Goiás na Tela e no Short Shot Fest Moscow 2022.
“Além do BlackJack”: Uma ficção gravada e editada em 24 horas, que ganhou o prêmio de melhor filme pelo público no GO Film Festival 2022.
Em 2021, Alba participou como codiretora, câmera e editora em três curta-metragens documentários para o projeto Livepainting.
Atualmente, está envolvida na produção, direção e edição do curta-documentário “Arte Marginal”, um projeto selecionado pelo Fundo Municipal de Cultura de Anápolis e pelo Fundo de Arte e Cultura de Goiás (FAC) 2022.
Outros projetos em produção incluem:
Matheus Amorim é bacharel em Cinema e Audiovisual, com experiência em diversas áreas da produção cinematográfica. Ao longo de sua carreira, Matheus dirigiu, produziu e colaborou em uma variedade de projetos, desde curtas-metragens até longas-metragens, demonstrando versatilidade e habilidade em diferentes funções.
Premiações e exibições
Rei Souza é um artista multimídia autodidata que desenvolve seu trabalho em diversas frentes: como artista visual, cineasta, músico e escritor. Filho de pais maranhenses, estabeleceu moradia no estado de Goiás a partir dos anos 90.
Rei Souza dirigiu diversos filmes que foram exibidos e premiados em festivais, tais como:
Cinema, em outras funções
Além de seus próprios projetos, Rei Souza também colaborou em outras produções:
Daniel Sena é cineasta e co-fundador da produtora anapolina Velejo Filmes, criada em 2012 junto com dois amigos. Ele se destaca na produção, roteirização e direção de filmes. Além disso, Daniel participa de projetos educacionais, lecionando cinema em escolas públicas há mais de 10 anos, especialmente nos projetos “Alfabetização audiovisual e Caravana Rosa dos Ventos”. Entre suas obras notáveis estão os curtas-metragens “Enzo”, “Mulheres do Meu Bairro”, “Hoje é Dia de Folia” e “Entredentes”, que acumularam diversas participações e premiações em festivais.